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Endocrinologia

Obesidade Causa Câncer?

     Câncer é uma doença complexa com diversos fatores precipitantes, sendo essencial a predisposição genética para desencadear a doença, mas diversos fatores podem influenciar para  que essa predisposição desenvolva um câncer ou fique silenciosa por toda a sua vida.

     A incidência de obesidade tem aumentado nas últimas décadas. Em 2007-2008, a prevalência de sobrepeso/obesidade nos EUA chegou a 68% e obesidade em 33,8% em adultos. Esse nível de obesidade em proporções epidêmicas, não se encontra apenas nos países desenvolvidos, mas também nos países em desenvolvimento, e o Brasil não está fora dessa epidemia, de acordo com pesquisa divulgada pelo ministério da saúde 52,5% da população brasileira acima de 18 anos esta acima do peso (pesquisa  Vigitel 2014), sendo 17,9% obesos.

     Enquanto existem diversas patologias com relação bem definida  com a obesidade como o diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, a relação da obesidade com o câncer ainda está sendo definida. Obesidade e sobrepeso constituem um problema mundial atingindo proporções epidêmicas e têm impacto sobre o risco e prognóstico de várias doenças, incluindo doenças cardiovasculares, diabetes mellitus tipo 2, e as formas comuns de câncer.

     Câncer é atualmente a principal causa de morte em países desenvolvidos e a segunda principal em países em desenvolvimento, perdendo apenas para doenças cardiovasculares. Vários estudos têm mostrado risco significativamente aumentado de leucemia, linfoma e mieloma com o aumento do IMC( índice de massa corporal) de uma maneira dose dependente, como também um aumento no risco de câncer de pâncreas, próstata, mama, cólon, endométrio, fígado, rim, esôfago, vesícula biliar em adultos obesos.   Além disso, como a obesidade infantil está aumentando e tende a se manter na idade adulta, o risco de câncer se torna ainda maior nessa população. Embora associação entre a progressão do câncer e o seu prognóstico esteja bem estabelecido, a ligação entre obesidade e início do câncer e seus mecanismos moleculares ainda precisam ser elucidados.

 

     Dentre todos os tumores malignos, a obesidade tem sido responsável por taxas de 52 e 88% mais elevados de mortalidade entre homens e mulheres, respectivamente. Acredita-se que as alterações metabólicas associadas com excesso de peso, e em particular a obesidade central, poderia conduzir a um tecido adiposo disfuncional, causa da resistência à insulina, inflamação crônica, e secreção anormal de adipocitocinas.

     Além de exercer  efeitos pró-mitogênico e anti-apoptótico (aumentando a reprodução celular) em células tumorais, os adipócitos servem como tampões energéticos, chave para a manutenção  do sistema nutricional das células cancerosas. As células cancerosas  são metabolicamente muito ativas e consomem grandes quantidades de energia para apoiar o seu crescimento e sobrevivência.

     Nem todo o tecido adiposo causa predisposição para câncer, apenas o tecido adiposo disfuncional e seu desenvolvimento é complexo e lento, devido a um consumo crônico de calorias acima do necessário.

    Enfim, na obesidade os adipócitos sofrem alterações dramáticas devidas a várias adaptações metabólicas que ocorrem durante a hipertrofia do tecido adiposo. A razão para o aumento da carga tumoral em pacientes obesos está provavelmente relacionado com vias metabólicas disfuncionais prevalentes no tumor, que rodeia os adipócitos obesos.


     Ao mantermos nosso peso controlado dentro da faixa saudável reduzimos sim o risco de desenvolver alguns tipos de câncer, controle do peso não é meramente estético é questão de saúde.

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